Há pessoas que possuem uma capacidade inata para escrever textos que dão prazer aos leitores. Há pessoas que se graduam no curso de Letras, desenvolvem o gosto pela leitura e pela escrita e passam a produzir textos a partir de então. Há pessoas sem nenhum tipo de formação acadêmica que produzem textos memoráveis. Há pessoas que gostariam de escrever bem, esforçam-se, estudam para isso, mas não superam a mediocridade.
O estilo textual de Fábio Ribas em “Dias Índios” é absolutamente único e singular. No ano de 2010, comecei a receber alguns textos sensacionais de autoria do Fábio, produzidos a partir de experiências cotidianas que ele vivenciava durante o período em que morou com sua família no sul da Amazônia Brasileira, dentro do estado do Mato Grosso. Os povos que ali residem representam quatro grupos linguísticos distintos, o que configura uma região de riquíssimo sortimento cultural, ambiente esse que poucos têm o privilégio de conhecer e interagir.
Naquele ano, os ambientes virtuais ainda não eram tão abrangentes e acessíveis como agora, e por essa razão, cada vez que um dos textos aparecia em minha caixa de entrada de e-mails, rapidamente eu salvava numa pasta no meu computador. Acho que eu tinha certo temor de que aquelas preciosidades desaparecessem algum dia.
Os textos eram marcados por números: “Dias Índios 1”, 2, 3 etc. Creio que quando já estava em 35, numa das gratas ocasiões em que me encontrei com o Fábio na sala de aula do CFM – Centro de Formação Missiológica, em São Paulo, eu disse a ele, quase que num protesto: “Fábio, você precisa publicar um livro! Um livro que contenha os ‘Dias Índios’! O mundo precisa ler!” Eu julgava lamentável que tão poucas pessoas tivessem acesso àquele primor literário.
Quando digo primor, quero dizer primor mesmo, algo excelente! O autor, depois de seu amor pela Lucila, pela Ana Lissa, pela Gisele, pela sua mãe e irmã é simplesmente FASCINADO por café. Quem o conhece sabe disso muito bem. Por essa razão, tomo emprestados termos do campo semântico cafeeiro, para encerrar minha apresentação da obra “Dias Índios”: prepare-se o leitor, conforme as páginas forem avançando, para sentir aromas de Antropologia, traços de Fenomenologia da Religião, notas de Comunicação Transcultural, e sabores de Contextualização. No mais, estimo uma ótima leitura e, se possível, com uma xícara na mão.
Mônica de Barros Barreto Guimarães de Mesquita
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